sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A Saúde da Empresa – Uma conquista desafiadora


Por Fábio Geraldo dos Santos

Certamente, para muitos é mais fácil relatar um ambiente de trabalho “desmotivado”, “desfavorável”, que já não produz mais, que já não rende o tanto quanto poderia render; do que relatar a conquista da saúde do ambiente, a vitalidade e a motivação dos colaboradores.

Todos nós sabemos disso. Sabemos que as empresas estão fadadas a esse tipo de pensamento, não apenas introspectivo, mas também extrínseco.

“O cérebro pensa”. Novidade? Absolutamente. Mas o cerne da questão é a intensidade e a velocidade com que os pensamentos negativos fluem e tomam conta dos gestores, empregadores e colaboradores.

Os maiores arquitetos de um cérebro eficaz somos nós mesmos! Nunca nos esqueçamos dessa verdade.

Infelizmente, ao falarmos de organizações, submetemo-nos em questões radicais e que devem ser tratadas pelas minúcias, como é o caso do clima, do estado dos agentes organizacionais.

Atualmente, as empresas se debruçam intensamente em alguns aspectos corporativistas, o que prejudica, e muito, a saúde do ambiente. Como por exemplo, enxergar tanto o futuro e esquecer-se de que no presente, alguns pontos trabalhados erroneamente, podem fazer desmoronar muitos projetos, ferramentas indispensáveis para validar um caminho de esperança para a empresa e para o funcionário.

A conquista de um ambiente mais tranqüilo, mais pacífico, mais motivado é conseqüência de alguns fatores primordiais que devemos levar em consideração, como: criatividade, comunicação, gestão de pessoas, trabalho em equipe, flexibilidade e claro, gestão da qualidade.

Detalhes fazem diferença! Há tamanha veracidade nessa afirmativa.

Quando a criatividade assume o posto, muitos se escondem, pois se acham fracos, pouco criativos e isso sim, é cometer um grande pecado, um grande erro.

Achar-se menos criativo que o outro significa não se preocupar com o desenvolvimento de suas habilidades, de suas competências, pois um ser criativo é trabalhado diariamente. Isso é fato!

Criatividade é uma forma valiosa de mostrar seu potencial! É ser você mesmo fazendo o mesmo trabalho diferente de todas as vezes que o produziu. Criatividade é mérito! Criatividade é conquista diária! Agora, me desculpem os que se acham “não-criativos”, mas esse pensamento, esse sentimento absurdo é obra do comodismo. Saiam da “poltrona confortável” e mãos à obra! Ser criativo é ser livre para fazer acontecer!

Um outro fator é a gestão de pessoas.

A expressão “gestão de pessoas” na qual me refiro, vai além do que imaginamos. Não é simplesmente liderar, é mais do que isso. Gestão de pessoas é ousar, é buscar nas pessoas em sua diversidade uma forma de crescer e fazer crescer. É fazer a diferença para você mesmo e para os outros. Devemos nos desvincular do “ser-morno”, sem gosto, sem cheiro, inóspito. Precisamos de pessoas audaciosas, pessoas que, além do simples querer, fazem acontecer.

Sabe por que existem pessoas que se tornam exemplos de vida para a humanidade? Porque elas sabem muito bem que, a diferença que fazem está em sua vontade de ser diferente! Só isso! E porque não sermos exemplos? É fácil? Não. Vai depender da sua boa vontade de fazer melhor o que vem fazendo e buscar vibrações mais positivas e sadias em seu psíquico, em suas experiências.

Atualmente exerço a função de Supervisor de Telemarketing numa empresa terceirizada, prestadora de serviço para uma das melhores organizações para se trabalhar, de acordo com a revista Exame e que valoriza demasiadamente a pessoa e a coloca como evidência de seu sucesso.

Como gestor, inúmeras vezes assumo o papel de “pai”, de mestre, de crítico, até mesmo de psicólogo. Isso é fundamental para o nosso crescimento e principalmente para desenfrear a busca incansável por um ambiente melhor para se trabalhar. Isso é gerir pessoas. Aos poucos vou aprendendo a ser exemplo para meus subordinados, buscando continuamente e incansavelmente meu papel de líder ousado e diferente.

Um terceiro fator é a comunicação, fator primordial para alcançarmos um nível adequado de sensibilidade e claro, de maturidade. Quando sabemos ouvir o outro tudo flui. Em muitos “feedbacks” individuais e de equipe, avalio a concepção do operador no que diz respeito à escuta. É imprescindível atentar-nos para o aspecto da escuta, principalmente para destacarmos argumentações relevantes no contato.

Alguns colaboradores precisam ouvir mais as indagações, objeções do cliente. Outros precisam ouvir menos e agir imediatamente na busca pela “pós-venda”. Não é tão fácil como imaginamos. Escutar também deve ser um exercício contínuo. Quando aprendemos escutar, percebemos as mudanças, caminhamos lado a lado com elas e nos colocamos à disposição da boa convivência. Com o dom da escuta apurado, podemos vencer os desafios da má comunicação em todos os âmbitos de nossa existência.

E o trabalho em equipe? Como deve ser desenvolvido? Existe alguma fórmula mágica para introduzi-lo na empresa? De forma alguma. O trabalho em equipe, assim como todos os fatores, deve ser desenvolvido e aprimorado diariamente. Para que a organização tenha sucesso, é necessário que a equipe esteja sintonizada, falando uma mesma linguagem, porque senão os conflitos surgem, a falha no sistema se torna um olho do furacão e o resultado tão esperado não acontece. A equipe é responsável pelo desenvolvimento do processo, seja positivo ou negativo. O indivíduo deve se engajar no processo de corpo e alma para que o resultado da equipe não seja frustrante.

Há algum tempo, escrevi um artigo, “Trabalho em equipe: uma questão competitiva”, onde traduzi meus conhecimentos nesse aspecto. Sempre acreditei no trabalho em equipe. Aliás, como gestor, evidencio o trabalho individual, mas vanglorio o trabalho em equipe.

Em relação ao fator flexibilidade, devemos nortear nossa conduta para que não percamos de vista nosso real objetivo. Devemos ser cautelosos em apurar ou até mesmo expressar a flexibilidade para os colaboradores. Alguns entenderão que, ser flexível é ser livre para usufruir do nosso aliado chamado bom-senso. Outros, porém, vão abster-se do bom-senso e acumular-se de uma “tal liberdade” que pode pôr em risco algumas fases de desenvolvimento, prejudicando não só o resultado final, mas, principalmente contaminando o ambiente de trabalho.

Uma gestão eficaz evidencia a qualidade. Porém gerir a qualidade não é tão fácil. Exige uma contribuição permanente e centrada de cada individuo.

A gestão da qualidade é um dos fatores essenciais para o pleno desenvolvimento de toda a estrutura organizacional, começando do processo seletivo e sem ponto final. É isso mesmo! A busca pela qualidade não pode parar. Deve ser um trabalho contínuo e que, integrada à conscientização de todos, pode e deve gerar resultados concretos, sadios, um ambiente mais harmônico, mais sereno e bem mais ousado. Ousadia é uma combinação de força de vontade e de disciplina.

A junção de todos esses fatores equivale a um ambiente de trabalho mais limpo, menos conflitante (mesmo sendo heterogêneo), mais sadio e claro, bem mais positivo. É isso que queremos em nossas empresas! É disso que precisamos: cuidar da saúde de todos à nossa volta! Essa conquista é desafiadora. Não é tão simples. Necessita de cuidados especiais, como uma planta precisa ser regada diariamente.

Agora, pergunto: Aceita esse desafio?

Fábio Geraldo dos Santos – fabiogiacchero2005@yahoo.com.br
Tenho 26 anos. Graduado em Administração de empresas há 03 anos. Atuei como Diretor de Recursos Humanos numa Consultoria Junior durante 02 anos e atualmente exerço a função de Supervisor de Telemarketing numa empresa Terceirizada da Caixa Econômica Federal, em Belo Horizonte.

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