sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O mundo é lá fora


Por Maurício Renner

Os profissionais brasileiros precisam aprender a se ver como parte de um mercado globalizado, nos quais as oportunidades podem estar em diversas partes do globo.

Fonte: Baguete – 23/10/2008

Foi o recado do mineiro Ricardo Viana Vargas, recentemente eleito presidente do conselho de diretores do Project Management Institute Global, cargo máximo de liderança da instituição, durante a palestra de abertura do 3º Congresso de Gerenciamento de Projetos, realizada em Porto Alegre nesta quinta-feira, 23.

“O mundo não é Porto Alegre, o mundo não é o Rio Grande do Sul, o mundo não é o Brasil. O mundo é o mundo”, provocou Vargas, que destacou o certificado PMP como um passaporte para oportunidades internacionais.

Apesar do Brasil ter um número limitado de profissionais certificados em práticas de gerenciamento de projetos, cerca de 5 mil, e da América Latina responder por apenas 4% do total mundial, a realidade é muito diferente em outras partes do globo. Na China, o número de novos PMPs cresce na média de 500 por semana e o total deve logo superar os Estados Unidos, lar da entidade.

Vargas, que gerencia um portfólio de investimentos superior a US$ 5 bilhões distribuídos em 20 projetos, incluindo clientes como a petrolífera estatal angolana Sonangol, destacou o exemplo da multinacional de chinesa Huawei, onde todo gerente de projeto sênior é PMP e o número total de certificados deve chegar a 15 mil.

Hoje existem, no mundo, 270 mil profissionais associados ao PMI, mais que o dobro dos afiliados em 2002. No final do ano que vem, o número deve chegar a 315 mil.

Mais perto da alta gestão

O empresário também destacou as iniciativas do PMI em aproximar mais o tema da alta gestão das empresas, assim como alterações de conceito na metodologia, privilegiando uma abordagem mais estratégica.

“Podemos construir uma fábrica de vinil no escopo, no prazo e no orçamento. Mas não seria melhor investir numa de CDs?”, exemplificou.

Vargas ressaltou a importância crescente dos projetos e das inovações dentro das organizações, citando o exemplo da Petrobrás, que já refaz os planos de exploração da camada pré-sal em função da queda o barril do petróleo, ou da RIM, que não fornece mais assistência técnica aos seus produtos, devido ao acelerado ciclo de vida dos celulares.

“Hoje, no mundo, o dinheiro investido em projetos chega a US$ 12 trilhões, 25% do PIB mundial. Sem novos projetos, a Petrobras fecha em 15 anos”, comentou o engenheiro químico.

A questão do pessoal

Vargas comentou também a importância do plano de carreira para os profissionais, citando a experiência na angolana Sonangol. “Lá ninguém queria participar de novos projetos, pelo risco de perder o emprego quando o mesmo fosse concluído”, revelou o mineiro.

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