sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Gasto em TI pelas empresas dobrou em 12 anos



Por Ceila Santos

Mais de 45% do total dos investimentos de capital realizados pelas grandes empresas nacionais têm sido em informática, segundo aponta Pesquisa Anual do Uso de Informática, realizada pelo Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgada nesta terça-feira (26/05). Estima-se que esse valor esteja acima de 50% nas empresas americanas.

Fonte: DecisionREPORT, 26/05/2009

O valor médio, entretanto, de gastos em informática, no mercado corporativo brasileiro como todo, é de 6% em relação à receita líquida. O valor dobrou nos últimos 12 anos. O estudo ainda divide o mercado em três segmentos: indústria, com média de 4%, serviços praticam 8,5% e comércio, 2,7%.

O setor financeiro se destaca com 11,6% da receita aplicada em TI na área de serviços. Segundo informa o relatório, os bancos apresentam valores 50% superiores aos do segmento.

Enquanto o varejo é área que se destaca com investimentos da ordem de 2,5% contra a média de 2,7% do setor do comércio. Fernando Meirelles, professor titular e fundador do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da FGV, explica que o varejo teve dois fenômenos específicos que gerou um avanço na informatização.

“O primeiro fenômeno aconteceu em 1997 quando varejo dobrou de 1% para 2% em três anos devido à automação comercial. Agora, com boom da nota fiscal eletrônica nos âmbitos municipais e estaduais, o governo percebeu que consegue fiscalizar de forma ainda mais eficiente que com artifício da CPMF, a arrecadação por meio do ponto-de-venda e isso deve trazer um novo avanço no varejo, onde até quitandas poderão ser automatizadas como já acontece no exterior”, observa.

Já, no setor industrial, o ramo Químico e Petroquímico gasta em torno de 3,9% da receita comparado com 4% da média da indústria.

Custo Anual por Teclado

Outro indicador que analisa o uso de TI nas corporações é o CAPT (Custo Anual por Teclado), cuja média em 2008 foi de R$ 18,8 mil (US$ 9 mil) nas médias e grandes corporações. O valor é resultado da divisão dos gastos e investimentos pelo número de teclados existentes na empresa. Meirelles explica que como, em 2008, as empresas atingiram a proporção de uma máquina para funcionário, a tendência é de que este seja o menor valor do CAPT a partir de agora. É bom lembrar que a base instalada ativa de computadores é de 60 milhões somando corporativo e doméstico, o que representa 31% do total dos brasileiros.

“É uma máquina para cada três habitantes. A previsão é atingir 100 milhões de micros até 2012, o que representará uma máquina para cada dois habitantes”, prevê o professor.

O setor financeiro, entretanto, apresenta um CAPT médio de US$ 22, 9 mil, mais que o dobro da média das empresas. “Esse indicador demonstra o estágio de informatização dos setores”, observa Meirelles. O setor da indústria apresenta um CAPT de US$ 9,6 mil, serviços, de US$ 11,6 mil e comércio de US$ 6,2 mil.

O estudo foi realizado entre agosto de 2008 e abril de 2009 pela FGV com 2 mil companhias, sendo que 60% delas estão entre as 500 maiores empresas do Brasil.

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