sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Falhas de projeto: consultor explora novo nicho de mercado

Em entrevista, Jason Coyne conta como transformou-se em um conselheiro que resolve disputas e conflitos entre os usuários e os fornecedores de tecnologia

O inglês Jason Coyne especializou-se em uma tarefa pouco comum no mercado de TI: ele atua como um consultor independente que resolve problemas e conflitos dos grandes projetos de tecnologia. Ao todo, o especialista contabiliza mais de 500 diferentes casos de sucesso na sua função, a qual exerce desde a década de 90.

Em entrevista à CIO norte-americana, Coyne fala sobre seu trabalho peculiar e em como transformou-se no conselheiro que resolve disputas entre os usuários da tecnologia e os diversos fornecedores envolvidos em um projeto de TI.

CIO: Como você descreve seu trabalho?
Jason Coyne: Eu sou como um conselheiro matrimonial, mas para acordos de tecnologia. A diferença para um casamento tradicional é que nos projetos de TI diversas pessoas e organizações são envolvidas e, quando existe uma falha, eles precisam de alguém independente que ajude a mediar e a resolver as disputas.

Não existe nenhuma ciência real no que eu faço. Só ajudo as pessoas a entender como está o relacionamento e o andamento dos projetos. Isso porque, ao longo do tempo, as pessoas [que estão envolvidas em um projeto] perdem o sentido de quais são seus objetivos. E eu só cuido de trazer de volta para o primeiro plano essa atenção e cuidar para que todos comecem a focar em um objetivo comum.

CIO: De que forma iniciou sua atuação nesse mercado?
Coyne: Originalmente eu sou um profissional de tecnologia. Eu comecei minha carreira com linguagem de programação. Criei softwares para controle de negócios, contabilidade e manufatura até o final da década de 80. Mas, na verdade, eu não gostava de programar, mas de ver como as coisas eram criadas. Por conta disso, acabei implementando uma parte dos sistemas que eu tinha ajudado a desenvolver.

No início dos anos 90, um dos sistemas que eu tinha criado foi alvo de uma disputa. Uma das companhias me pediu para detalhar a forma como o software tinha sido integrado. No final, acabei tendo de testar a solução que eu mesmo criei. Desde então, as pessoas começaram a me procurar com o intuito de ouvir minha opinião em vários tipos de acordos que tinham de fazer na área de tecnologia. De lá para cá, já me envolvi em cerca de 500 diferentes projetos.

CIO: O que as companhias que contratam seus serviços estão buscando?
Coyne: Os clientes mais visionários entendem que pela minha experiência, há grandes chances são boas de que eu entenda a forma certa de evitar que a implementação fracasse ou que ocorram falhas no futuro.

Eu tenho trabalhado com excelentes companhias globais – tanto com fornecedores como com clientes – e funciono como a voz da razão em trabalhos que podem durar de um mês a seis semanas. Na prática, eu analiso como o projeto está indo e enxergo se eu posso colocá-lo de volta aos trilhos. Sou quase uma consciência que ajuda as pessoas a ver o que é importante, porque, invariavelmente, as equipes estão tão próximas e envolvidas com os detalhes que perdem a noção de como o projeto está realmente andando.

CIO: Como os profissionais recebem você nas organizações?
Coyne: Existe sempre uma suspeita, porque, historicamente, meus clientes vencem as disputas e , já que os casos que chegam à justiça. Geralmente sou acionado como um conselheiro na briga entre empresas que foram lesadas por fornecedores.

Assim, sempre tenho uma recepção fria das empresas que vendem equipamentos. Por exemplo, estou envolvido em um projeto que inclui a BT (British Telecom) e a EDS e todas as vezes em que eu estou em frente das equipes ouço: “Oh, você está na disputa? Pensei que fosse envolvido só quando o relacionamento acabou e nós estamos na justiça.”

Fonte:

CIO/EUA

http://cio.uol.com.br/carreira/2009/10/22/falhas-de-projeto-consultor-explora-novo-nicho-de-mercado/

Publicada em 22 de outubro de 2009 às 16h49

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